Carlos Avilez é um dos mais importantes encenadores portugueses. O seu trabalho começou no início dos anos 60 e, devido à sua linguagem moderna, foi, desde logo, conhecido como o enfant terrible do teatro português.
Influenciado por Peter Brook e Jerzy Grotowski, com quem trabalhou diretamente, Carlos Avilez, juntamente com João Vasco, Zita Duarte, Maria do Céu Guerra, fundou, em 1965, a companhia Teatro Experimental de Cascais. No TEC trabalhou com alguns dos mais importantes artistas portugueses, como Almada Negreiros, Carlos Paredes, Natália Correia, Francisco Relógio, Eunice Muñoz, Amélia Rey-Colaço, Mirita Casimiro, entre muitos outros.
Foram-lhe atribuídos inúmeros prêmios, tanto em Portugal como no estrangeiro, ao longo dos 52 anos de carreira da companhia e de mais de 150 produções, destacando-se entre elas: “Rei Lear”, “MacBeth”, “A tempestade” de William Shakespeare, “O balcão”, “As criadas”, “Os negros”, “Alta vigilância”, “Splendid’s” de Jean Genet, “Don Quixote” de Yves Jamiaque, “A morte de Danton” de Büchner, “Fuenteovejuna” de Lope de Vega, “Ivone, Princesa de Borgonha” de Witold Gombrowicz, “Vida de Galileu” de Bertolt Brecht, “Hamlet” de Shakespeare na Fundação Calouste Gulbenkian. Foi diretor do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa e Teatro Nacional São João, no Porto. Em 1970, foi o responsável pela delegação portuguesa na Expo ’70 em Osaka, Japão.
Em 1992, fundou a Escola Profissional de Teatro de Cascais (EPTC), uma das mais prestigiadas escolas de teatro portuguesas, onde se mantém como diretor e professor na disciplina de Interpretação.
O Prémio de Vida e Obra 2016 da Sociedade Portuguesa de Autores atribuído a Carlos Avilez e ao Teatro Experimental de Cascais, foi um dos muitos reconhecimentos de uma vida inteiramente dedicada à arte e ao teatro.