Vídeos – o vídeo terá um limite de tempo de 20 minutos, distribuídos da seguinte forma:
Área de Interpretação: 10 minutos
Voz: 5 minutos
Movimento: 5 minutos
Excerto de HAMLET de William Shakespeare
CENA II
O átrio do castelo com assentos de um e de outro lado como para uma representação. Ao fundo um pano esconde outro palco.
Entram HAMLET e três actores; saem detrás do pano.
HAMLET (ao primeiro actor) Peço-te que digas a tirada como eu a pronunciei, com a língua ágil, com uma dicção certa. Mas se mastigas as palavras, como fazem muitos dos nossos actores, então antes quero que seja o homem dos pregões a dizer os meus versos. E também não esbracejes muito; assim. Usa tudo com medida. Pois na própria torrente, tempestade, ou mesmo no turbilhão da tua paixão, tens de conquistar e criar um equilíbrio que a tudo dê harmonia. Ai, doí-me até a alma quando ouço um moço robusto, cheio de cabelos postiços, a rasgar a paixão em tiras e farrapos para furar os ouvidos da gente da plateia que, na sua maior parte, só gosta de mímicas inexplicáveis e de barulho. Eu gostava de ver esse actor chicoteado, por ser mais Termagante do que Termagante; ele herodiza de mais o Herodes. Peço-te: não cais nesse defeito.
1º ACTOR – Garanto a Vossa Alteza que não.
HAMLET – Também não te deves dominar de mais, mas deixa que a tua discrição seja o teu guia. Ajusta a acção com a palavra e a palavra com a acção; com um cuidado especial em não forçar a modéstia da natureza. Pois tudo quanto é exagerado se desliga do objecto próprio do teatro, cuja finalidade, tanto no começo como agora, foi e é, por assim dizer, erguer um espelho em frente à natureza; para mostrar à virtude o seu próprio rosto, ao mal a sua própria imagem, e a cada século e a cada encarnação do tempo a sua forma e o seu cunho… Porém, se a representação for exagerada ou desacertada, embora faça rir os ignorantes, só pode afligir os que são conscientes. E a censura de uma só pessoa consciente deve, na vossa estima, ter mais peso do que um teatro inteiro de ignorantes. Oh, há actores que eu vi representar, e que ouvi serem elogiados com grandes e fervorosos louvores, e que não tinham pronúncia de cristão, nem figura de cristão, nem de pagão, nem de ser humano, e que se pavoneavam tanto e berravam tanto, que eu pensei que algum aprendiz, querendo fazer homens, os tinha feito mal, pois eram uma abominável imitação da humanidade.
Lista da qual deve escolher um nome:
Almeida Garrett
Amélia Rey-Colaço
Ana Ester Neves
Eunice Muñoz
Isabel de Castro
João Vasco
Jorge Silva Melo
José de Castro
Manuela Couto
Maria João Luís
Maria Lalande
Mirita Casimiro
Zita Duarte